domingo, 7 de junho de 2009

Uma breve história do infinito - Richard Morris

Título: Uma breve história do infinito: dos paradoxos de Zenão ao universo quântico.
Autor: Richard Morris
Ano: 1998
Editora: Jorge Zahar Editor
Páginas: 229
Preço: R$ 46,00 (a R$ 36,80 na Livraria Galileu/Rio de Janeiro-RJ)
Original: "Achilles in the quantum universe: the definitive history of infinity", 1997, Henry Holt and Co.
Tradução: Maria Luiza X. de A. Borges
Revisão Técnica: Henrique Lins de Barros
ISBN: 978-85-7110-477-8
ISBN (original): 978-0-805-04779-0

Richard Morris, morto em 2003, foi físico de formação, dedicando-se à divulgação científica em mais de duas dezenas de livros.

Neste livro aborda o aparecimento e as consequências do conceito de infinito nas leis físicas e na descrição de aspectos do universo. Declaradamente não pretende abordar o tema sob a perspectiva matemática - ainda que surpreendentemente diga que como conceito matemático o infinito não tem "nenhuma aplicação nas ciências físicas". Bastaria lembramo-nos da importância do cálculo diferencial, inventado entre outros por Newton justamente para resolver um problema físico: a descrição da gravitação.

Aborda assim um grande número de áreas da física, da astronomia e cosmologia - procurando seguir uma ordem cronológica. Como não se trata de uma história linear - por exemplo, o universo é ora visto como de extensão infinita, ora de extensão finita ao longo das épocas -, o resultado final, embora não seja totalmente desconjuntado, carece de uma amarração fina.

Além disso, em se tratando de um livro relativamente curto - pouco mais de 200 páginas - cobrindo cerca de 2000 anos de pensamento humano sobre a questão, falta também um maior detalhamento aqui e ali. Por outro lado, para o leitor leigo, aliando-se ao estilo fluido do autor, pontuado de alguma ironia (p.e. na página 21, em que, falando da acolhida tardia das idéias de Cantor sobre a infinitude: "Em 1926, o eminente matemático alemão David Hilbert resumiuo recém-surgido respeito por Cantor dizendo: 'Ninguém haverá de nos expulsar do paraíso que Cantor criou para nós'. Mas, é claro, quando isso foi dito fazia oito anos que Cantor estava morto."), resulta em uma leitura fácil e agradável.

Agora, claro que, em se tratando de um livro escrito há mais de 10 anos, há alguns pontos desatualizados - é, afinal, a natureza das ciências a constante revisão e reformulação do conhecimento -, em especial de aspectos cosmológicos, como a geometria do universo, os testes realizados, a quantidade de massa e de energia. O que torna estranho o subtítulo original: "a história definitiva do infinito", como se algo pudesse ser definitivo em ciências. (A lista de observações impertinentes a respeito de pequenas incorreções e as alterações ocorridas desde a publicação do livro está disponível aqui.)

Vale a pena ler hoje em dia? Desde que ciente das limitações, o leitor (ou a leitora) encontrará informações interessantes e pertinentes. Mas ter essa ciência significaria provavelmente que o leitor não encontraria muita novidade para ele.
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Outra resenha:
Outras leituras:
  • Barrow, John D. 1995. A origem do universo. Rocco. 124 pp.
  • Greene, Brian. 1999. O universo elegante. Cia. das Letras. 476 pp.
  • Greene, Brian. 2004. O tecido do cosmo. Cia. das Letras, 652 pp.
  • Hawking, Stephen. 1988. Uma breve história do tempo. Rocco. 262 pp.
  • Hawking, Stephen. 1997. Uma breve história do tempo ilustrada. Ed. Albert Einstein. 230 pp.
  • Hawking, Stephen. 2004. O universo em uma casca de noz. Arx. 215 pp.
  • Kaku, Michio. 1994. Hiperespaço. Rocco. 382 pp.
  • Mlodinow, Leonard. 2005. A janela de Euclides. 3a ed. Geração Editorial. 295 pp.
  • Singh, Simon. 2006. Big Bang. Record. 499 pp.
  • Smolin, Lee. 2000. Três caminhos para a gravidade quântica. Rocco. 239 pp.

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