sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Resultado do sorteio do livro "As esquisitices do óbvio"

Foram doze comentários, dois quais 10 foram classificados para o sorteio - 1 já tem um exemplar e outro, infelizmente, não acertou o autor da frase.

Uma entrevista foi publicada em 15 de abril de 1988 pelo The Washington Post em matéria intitulada "The Mind in Pursuit of the Universe; Physicist Stephen Hawking & The Never-Answered Question". O físico inglês Stephen Hawking havia acabado de publicar seu best-seller "Uma breve história do tempo", em que procurava apresentar ao público leigo idéias a respeito da cosmologia, relatividade, espaço-tempo e algo de física quântica. Milhões de exemplares foram vendidos, o que é pouco usual em se tratando de uma obra de divulgação científica, mas revelava o potencial do gênero - igual sucesso, infelizmente, não foi replicado ainda por nenhuma obra posterior versando sobre temas científicos (ainda que alguns autores, como Richard Dawkins, tenham procura expressiva: pouco menos de 2 milhões de cópias de "The ancestor's tale" contra as mais de 9 milhões de "A brief history of time").

Nessa entrevista, o cosmólogo proferiu a frase: "My goal is simple. It is a complete understanding of the universe, why it is as it is and why it exists at all" que Bulcão reproduziu (em versão traduzida) como epígrafe em um dos capítulos do livro "As esquisitices do óbvio".

Oquei, agora vamos ao vencedor. Ele é Eurico. O vencedor já foi comunicado por email.

domingo, 25 de outubro de 2009

A eloquência do ódio - Manuel Bulcão

Título: A eloquência do ódio: reflexões sobre o racismo e outras alofobias.
Autor: Manuel Soares Bulcão Neto
Ano: 2009
Editora: LivroPronto
Páginas: 274
Preço: R$ 29,90
Revisão: Ivanice Montezeuma
ISBN: 978-85-7869-098-4

Orelha do livro:
"Há uma charge antiga do Millôr Fernandes em que um homem comum observa atentamente uma obra de arte de vanguarda, totalmente abstrata. Surpreso e confuso, pergunta ao autor, que se encontra ao lado: 'O que isso significa?'. O artista, sobranceiro, responde ao curioso com uma pergunta retórica: 'E o que você significa?'.

Pois bem, quanto mais me informo sobre o Holocausto ou sobre os crimes de Stalin, mais me sinto como esse observador simplório da arte vanguardista. Na verdade, sinto-me pior: a terrível sensação de irrealidade, o sentimento de não-sentido, a atmosfera rarefeita de pesadelo que envolve esses acontecimentos me faz respirar com dificuldade e até nausear. Quanto à pergunta que não quer calar - 'qual a razão de tudo isso?' -, as muitas vozes dissonantes que tentam responder terminam se fundindo num único ruído. Percebo, nesse rumor, um tom de gargalhada. Será o riso sobranceiro do Demônio?

(...)

Este ensaio é sobre o ódio ao diferente, ao Outro, cujo reverso é a paixão narcísica pelo mesmo e pela indiferenciação monolítica. Esses sentimentos são corriqueiros, porém, no contexto dos dois principais sistemas totalitários do século XX (o nazifascismo e o coletivismo stalinista), exacerbaram-se tanto que produziram delírios e alucinações. Por considerar o Holocausto a manifestação mais irracional desse ódio, escolho, como fio condutor do trabalho, o racismo, que está na sua origem.

Visto que o racismo é um narcisismo coletivo, representado, por isso, uma contratendência do processo histórico de individualização do homem, começo com uma análise da relação entre indivíduo e sociedade (grupo social). Depois, comento sobre as manifestações desse fenômeno social nas várias fases da História (inclusive nos pré-históricos paleolítico superior e neolítico) - aviso que não pouco digressões em que trato de outras 'alofobias' - e de como foi justificado pelas ideologias de cada uma dessas épocas, inclusive pelo cristianismo e pela ciência (esta última não é só conhecimento objetivo: na sociedade contemporânea, como bem demonstrou Jürgen Habermas, também desempenha função ideológica, de legitimação social, principalmente quando degenerada sob a forma de cientificismo).

Nos dois últimos capítulos, falo sobre a apoteose desse grande ódio que se deu na primeira metade do século passado; do horror que até hoje ela nos inspira; da irracionalidade da política nos regimes de ditadura pessoal (principalmente da 'política como biologia aplicada', lema que Haeckel foi o primeiro a defender), da loucura do Poder - 'e do riso do Demônio'.

Manuel Soares Bulcão Neto nasceu em 1963 na cidade de Fortaleza. Em 1988 bacharelou-se em Direito pela Universidade Federal do Ceará. Ensaísta e escritor, publica artigos no site Observatório da Imprensa. Tem se dedicado a estudos críticos sobre questões filosóficas fundamentais do mundo contemporâneo, sobretudo no que tange às implicações sociopolíticas dos avanços atuais da ciência. Além deste A Eloquência do Ódio, é autor de outros dois livros: As Esquisitices do Óbvio (2005) e Sombras do Iluminismo (2006)."

-----------
Para participar do sorteio do exemplar de "As esquisitices do óbvio", clique aqui e saiba mais.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Além de Darwin - Reinaldo José Lopes

Título: Além de Darwin
Autor: Reinaldo José Lopes
Editora: Globo
Páginas: 250
Preço: R$ 32,00
Revisão: Beatriz de Freitas Moreira e Carmen T. S. Costa
ISBN: 978-85-250-4768-7

Lançamento do livro "Além de Darwin" (veja a capa e a última capa aqui).

Dia 27 de outubro, a partir das 19h, na Livraria Capítulo 4 (Rua Tabapuã, 830, Itaim Bibi, tel. 2737 2037/2737 2038).


Exibir mapa ampliado

Orelha do livro:
"O embate entre biólogos evolutivos e criacionistas deixa a falsa impressão de que não há evidências que suportem uma das alternativas. No entanto, as provas em favor da teoria da evolução por seleção natural concebida por Darwin são abundantes, variadas, gloriosas. Além de Darwin é uma narrativa lúcida e envolvente de histórias que traduzem em exemplos concretos os preceitos da teoria evolucionista. Transpondo as amarras discursivas da academia, o jornalista Reinaldo José Lopes lança mão de um conhecimento abrangente da teoria de Darwin – e nos mostra por que precisamos conhecer esses preceitos e suas nuances, se quisermos entender as forças que governam a natureza. Além de Darwin sintetiza demonstrações coletadas em estudos de genética, anatomia, paleontologia, psicologia e neurociências em ensaios que abordam vários aspectos da teoria evolutiva. Ao mesmo tempo, o autor revela como esta tem sido interpretada, mal entendida e mal utilizada desde que Darwin lançou suas idéias em 1859.

Esta obra reflete a vasta curiosidade de Reinaldo Lopes, sua paixão pela vida, seu talento para transformar tópicos obscuros em histórias irresistíveis sobre a continuidade das espécies por mais de três bilhões de anos. Seja você um leigo em ciência ou um biólogo, defensor ardoroso ou inimigo ferrenho da teoria evolutiva, Além de Darwin é promessa certa de uma experiência enriquecedora.

Marcelo A. Nóbrega
Professor do Departamento de Genética Humana da Universidade de Chicago

Reinaldo José Lopes nasceu em São Carlos (SP) no dia 29 de setembro de 1978. Graduado em jornalismo pela USP, pela qual é mestre e doutorando em estudos linguísticos e literários, é repórter de ciência da Folha de S. Paulo. Ex-repórter e colunista de ciência do portal G1, trabalhou ou colaborou em publicações como Scientific America Brasil, Nature, Pesquisa Fapesp, Superinteressante e Galileu. É ganhador do Prêmio Abril de Jornalismo na categoria Ciência e do Prêmio de Reportagem sobre Biodiversidade da Mata Atlântica.
"

sábado, 10 de outubro de 2009

Sorteio - As esquisitices do óbvio (Manuel Soares Bulcão Neto)

Manuel Soares Bulcão Neto é uma pessoa de profunda erudição - nunca o encontrei pessoalmente, mas tenho o privilégio de poder trocar com ele ideias pela internet (claro, um escambo em que ele sai extremamente prejudicado) - é a pessoa de mais vasto e sólido conhecimento humanista dentre as que conheço.

Capaz de citar, assim, de boa, Martin Heidegger, Alan Gluth, Fiodor Dostoiévsky e Patativa do Assaré em um mesmo parágrafo: se não em uma única frase.

O único pecadilho é ter se esquecido de atribuir a mim a origem de seu "hai kai do bioquímico apaixonado" (que ele reproduz em seu livro "As esquitices do óbvio"): "Oh, dopamina/Feniletilamina/Oxitocina" (não, não como a musa inspiradora, mas por ter escrito um texto sobre o tema - lírica, amor e ciências - em cima do qual ele criou essa peça muito superior a minha: sim, sou invejoso, e esta indiscrição é o modo de me vingar por haver ele superado de maneira incomparável minha criação).

Começou a escrever livros há pouco tempo, mas tem já uma bela produção intelectual:
- As esquisitices do óbvio (2005) - Ápex Editora;
- Sombras do iluminismo (2006) - Editora 7Letras;
- A eloquência do ódio (2009) - LivroPronto Editora: sua obra mais recente.

Desbocado, provocador e - desgastada o quanto seja, outra palavra não se encaixaria a melhor perfeição - genial. Defensor das ciências e crítico das pseudociências, sem ser cientificista (aliás, o cientificismo é desnudado em praça pública em seu livro "Sombras do iluminismo"); crítico do fanatismo religioso, sem ser antirreligioso. Formado em Direito, nega ser o que é de fato: filósofo e pensador, preferindo ser identificado como ensaísta.

Então tá, irei sortear um exemplar do livro "As esquisitices do óbvio" (sim, era óbvio, dado o título da postagem - mas provavelmente você só notou essa obviedade agora que eu disse que era óbvio -, viu como a obviedade é esquisita?). Mas não é assim, de graça, tem um pequeno esforço intelectual. No livro a ser sorteado, Bulcão cita em epígrafe do capítulo "Magia, misticismo e matemática" a seguinte frase: "Meu objetivo é simples, é o entendimento completo do universo: saber por que ele é como é e por que ele existe em absoluto". Pois bem, para concorrer ao exemplar, basta postar nos comentários o nome do modesto autor da frase. O livro será sorteado entre os que acertarem (infelizmente, tenho apenas um exemplar - na verdade tenho dois, mas não irei me desfazer do outro, né?) - ele será enviado gratuitamente ao ganhador ou à ganhadora (para um endereço coberto pelos Correios do Brasil em primeiro porte nacional).

É possível enviar tantos palpites quanto quiserem. Mas, para efeito de sorteio, só valerão os comentários com resposta correta enviados até o dia 30/out/2009 - 23h59min (horário de Brasília). (Parentes meus de até segundo grau, lamento, não valem.)

Upideite(31/out/2009): Confira o ganhador.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Feira de Livros - IFUSP - 27 a 29 de outubro de 2009

Feira de Livros no Instituto de Física da USP (Butantã, São Paulo, SP).

Datas: 27 a 29 de outubro de 2009.
Horário: das 9h30 às 18h00.

Livros de Ciências Exatas e Biológicas. Várias editoras.

Desconto mínimo de 50% nos livros nacionais e de 30% nos importados.

domingo, 12 de julho de 2009

A equação que ninguém conseguia resolver - Mario Livio

Título: A equação que ninguém conseguia resolver: como um gênio da matemática descobriu a linguagem da simetria.
Autor: Mario Livio
Ano: 2008
Editora: Editora Record
Páginas: 398
Preço: R$ 53,00 (a R$ 44,52 na Livraria da Travessa/Rio de Janeiro-RJ)
Original: "The equation that couldn't be solved", 2005, Simon & Schuster.
Tradução: Jesus de Paula Assis
Revisão Técnica: Michelle Dysman
ISBN: 978-85-01-07650-2
ISBN (original): 978-0743258203

Mario Livio é físico e matemático pela Universidade Hebraica de Jerusalém, doutor em astrofísica pela Universidade de Tel Aviv e chefe da divisão científica da equipe do telescópio espacial Hubble.

Suas duas áreas de formação confluem neste livro que procura demonstrar a origem e evolução da teoria de grupos - ramo da matemática que subjaz às questões da simetria - e sua aplicação em várias áreas: inclusive nos modelos fundamentais da física - como os diversos modelos da teoria das supercordas e da supersimetria.

O autor dá uma pincelada sobre a propriedade dos grupos: fechamento (a combinação de dois elementos de um conjunto por uma dada operação deve resultar em elemento do próprio conjunto), associatividade (na combinação de três elementos os parênteses são dispensáveis), elemento neutro (há um elemento que, combinado com qualquer outro, deixa o membro inalterado) e inverso (para qualquer elemento do conjunto, existe outro elemento, membro do mesmo conjunto, que, combinado com este, produz o elemento neutro). Mas, até pela complexidade dos detalhes técnicos envolvidos, fica faltando exatamente as demonstrações fundamentais das teorias: como a inexistência de fórmula algébrica que solucione equações de grau igual ou maior do que 5. Isso pode causar um certo sentimento de frustração (ou ser um incentivo ao leigo interessado em buscar informações em livros especializados).

Dois matemáticos recebem destaque com uma exposição mais detalhada de suas biografias: o norueguês Niels Henrik Abel (que dá nome ao prêmio Abel) (1802-1829) e o francês Évariste Galois (1811-1832) - com particular interesse declarado do autor pelo francês já no prefácio. Às figuras do matemático e do físico, junta-se a faceta do historiador: Livio revisita as circunstâncias da morte de Galois em duelo (que, como frisa o próprio autor, não tem importância direta para o tema do livro, mas complementa a biografia que ele se propõe a traçar do gênio precoce de trágico fim), incluindo elementos de sua pesquisa pessoal a documentos originais. Ilustram o livro figuras esquemáticas de conceitos físicos e matemáticos da simetria, imagens das personagens citadas e fotografias dos lugares representativos na vida de Galois. Há também reproduções dos frontispícios e páginas de obras citadas - como a dos Principia Mathematica de Newton -, porém as imagens dos manuscritos como o de Galois são pequenas demais para se acompanhar os pormenores mencionados no texto.

Abrangendo temas tão distantes quantos as artes plásticas e musicais e matemática e física, passando pela biologia e psicologia, Livio tem a oportunidade de desfilar tanto conhecimento erudito e científico, quanto trivialidades: suas citações vão de Huxley e Einstein a Bach e Escher, passando por Woody Allen, e Eric Segal e seu Love Story (sim, aquele deu origem ao filme homônimo)... O resultado não é tão heterogêneo quanto seria de se esperar com tal abrangênica temática, mas a parte que destaca a biologia evolutiva e a psicologia destoa do restante - em particular os dois últimos capítulos, sendo o final, em que o autor procura resumir as teorias psicológicas da criatividade e da genialidade e encaixar Galois nesse quadro, o mais especulativo; ainda que não se negue a genialidade e a critividade de Galois - aliás, exatamente por ser algo que não se coloca em questão, fica estranha a tentativa de "provar" que o trágico matemático francês fosse "cientificamente" digno dessas qualificações. E um dos pontos mais criticáveis é justamente a escolha de uma "definição" de "método científico", vide a minha observação (e outras impertinentes) aqui.

A tradução de modo geral parece boa, embora para alguns termos talvez fosse preferível a escolha de outras expressões em português: como "psicologia evolutiva" no lugar de "psicologia da evolução", para se referir a uma abordagem sob o prisma evolutivo a respeito do psiquismo humano.

O estilo é leve, porém a complexidade temática pode exigir uma leitura mais detida por parte dos leitores - sobretudo porque atravessa, como dito, muitas disciplinas. Seria interessante se houvesse um glossário ao final para que o leitor pudesse acompanhar o texto sem se perder em termos como "diatônica", "atonal", "fenótipo", "spin", "simetria de gauge"... boa parte são definidos quando usados pela primeira vez, mas como são retomados em pontos distantes do livro a menos que o leitor tenha feito uma nota ou tenha uma memória prodigiosa terá dificuldades de resgatar seus significados, até porque nem todos constam no índice remissivo.

Tirante tais dificuldades, a leitura é recomendada, permitindo abrir os horizontes de conhecimento àqueles que conseguirem atravessar um texto por vezes bastante denso.
--------------------
Outras resenhas:
Outras leituras:
  • Livio, Mario. 2006. Razão áurea. Record. 333 pp.
  • Maor, Eli. 2003. e: A história de um número. Record. 291 pp.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Brasiliana Digital

Parte do acervo doado pelo empresário e bibliófilo José Mindlin à USP, a coleção Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, está disponível para consulta online. 3.000 títulos foram digitalizados e podem ser baixados daqui.

domingo, 7 de junho de 2009

Uma breve história do infinito - Richard Morris

Título: Uma breve história do infinito: dos paradoxos de Zenão ao universo quântico.
Autor: Richard Morris
Ano: 1998
Editora: Jorge Zahar Editor
Páginas: 229
Preço: R$ 46,00 (a R$ 36,80 na Livraria Galileu/Rio de Janeiro-RJ)
Original: "Achilles in the quantum universe: the definitive history of infinity", 1997, Henry Holt and Co.
Tradução: Maria Luiza X. de A. Borges
Revisão Técnica: Henrique Lins de Barros
ISBN: 978-85-7110-477-8
ISBN (original): 978-0-805-04779-0

Richard Morris, morto em 2003, foi físico de formação, dedicando-se à divulgação científica em mais de duas dezenas de livros.

Neste livro aborda o aparecimento e as consequências do conceito de infinito nas leis físicas e na descrição de aspectos do universo. Declaradamente não pretende abordar o tema sob a perspectiva matemática - ainda que surpreendentemente diga que como conceito matemático o infinito não tem "nenhuma aplicação nas ciências físicas". Bastaria lembramo-nos da importância do cálculo diferencial, inventado entre outros por Newton justamente para resolver um problema físico: a descrição da gravitação.

Aborda assim um grande número de áreas da física, da astronomia e cosmologia - procurando seguir uma ordem cronológica. Como não se trata de uma história linear - por exemplo, o universo é ora visto como de extensão infinita, ora de extensão finita ao longo das épocas -, o resultado final, embora não seja totalmente desconjuntado, carece de uma amarração fina.

Além disso, em se tratando de um livro relativamente curto - pouco mais de 200 páginas - cobrindo cerca de 2000 anos de pensamento humano sobre a questão, falta também um maior detalhamento aqui e ali. Por outro lado, para o leitor leigo, aliando-se ao estilo fluido do autor, pontuado de alguma ironia (p.e. na página 21, em que, falando da acolhida tardia das idéias de Cantor sobre a infinitude: "Em 1926, o eminente matemático alemão David Hilbert resumiuo recém-surgido respeito por Cantor dizendo: 'Ninguém haverá de nos expulsar do paraíso que Cantor criou para nós'. Mas, é claro, quando isso foi dito fazia oito anos que Cantor estava morto."), resulta em uma leitura fácil e agradável.

Agora, claro que, em se tratando de um livro escrito há mais de 10 anos, há alguns pontos desatualizados - é, afinal, a natureza das ciências a constante revisão e reformulação do conhecimento -, em especial de aspectos cosmológicos, como a geometria do universo, os testes realizados, a quantidade de massa e de energia. O que torna estranho o subtítulo original: "a história definitiva do infinito", como se algo pudesse ser definitivo em ciências. (A lista de observações impertinentes a respeito de pequenas incorreções e as alterações ocorridas desde a publicação do livro está disponível aqui.)

Vale a pena ler hoje em dia? Desde que ciente das limitações, o leitor (ou a leitora) encontrará informações interessantes e pertinentes. Mas ter essa ciência significaria provavelmente que o leitor não encontraria muita novidade para ele.
--------------------
Outra resenha:
Outras leituras:
  • Barrow, John D. 1995. A origem do universo. Rocco. 124 pp.
  • Greene, Brian. 1999. O universo elegante. Cia. das Letras. 476 pp.
  • Greene, Brian. 2004. O tecido do cosmo. Cia. das Letras, 652 pp.
  • Hawking, Stephen. 1988. Uma breve história do tempo. Rocco. 262 pp.
  • Hawking, Stephen. 1997. Uma breve história do tempo ilustrada. Ed. Albert Einstein. 230 pp.
  • Hawking, Stephen. 2004. O universo em uma casca de noz. Arx. 215 pp.
  • Kaku, Michio. 1994. Hiperespaço. Rocco. 382 pp.
  • Mlodinow, Leonard. 2005. A janela de Euclides. 3a ed. Geração Editorial. 295 pp.
  • Singh, Simon. 2006. Big Bang. Record. 499 pp.
  • Smolin, Lee. 2000. Três caminhos para a gravidade quântica. Rocco. 239 pp.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Vale mais que um trocado.

Reportagem/crônica de Rodrigo Ratier da revista Nova Escola.

quinta-feira, 12 de março de 2009